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terça-feira, 29 de maio de 2012

Pôr da Lua



            Jantei... Tal como já era o costume, a jantarada era tardia. Alias, mais se parecia com o pequeno almoço. Duas menos dez da manhã. Olhei para a janela. O quarto crescente da Lua estava pendurado mesmo em cima das luzes da periferia da cidade que se estendia até ás montanhas. Envolvida na escuridão celeste, estava tão próxima que parecia fazia parte dos milhares de lampiões, quais sendo um mar de brilho, chamavam-a para baixo. E ela lhes obedecia.

             Abri a janela e pôs-me sentado no peitoril. Uma rajada do ar fresco acariciou o meu corpo. Inspirei a fundo e fiquei contemplando. O mágico pôr da lua... Quantas vezes esse por mim já foi observado... O silêncio era majestoso. O tique-taque do relógio era a única coisa que se ouvia na minha cabeça. A Lua descia. De muito longe ouviu-se um agudo ladrar dos cães, depois passou um carro, depois o silêncio novamente. Conseguia ouvir a minha respiração. O encarnado lunar começou a ficar manchado, cada vez brilhando menos. Era a nuvem que estava dormida em cima da montanha. Chegou o teu fim, pensei. Até que ela desapareceu por completo. Escuridão, silêncio, fria respiração da noite e pensamentos. Muitos pensamentos... Se calhar se passassem mais mil anos olhando para o pôr da Lua, estes seriam sempre os mesmos...

              Olhei para o relógio. Duas e meia da manha. Hora de viajar. Visitar outros mundos. Os mundos dos meus sonhos...

sábado, 5 de maio de 2012

Lua



A lua cheia - angustia do lobo,
Agora uivar! Dormir é logo...
A tua alma dorme, a minha esta voar,

Assim até que vem o sol -
a caminhar pensando, pensando a sonhar...