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sábado, 28 de dezembro de 2013

Ter



Ter tudo nunca significa ter tudo. Significa ter, sem ter o impossível. E é bom ter tudo em quanto o queremos ter, e em quanto não nós toca desejar o impossível. Mas quando tudo não importa, quando o tudo é apenas uma imagem e o impossível é a realidade da própria existência? Quando assim, como é Humanos, pergunto vos eu? A Alma cai nas trevas... Não dá para se suicidar de novo... Nem dá para escapar no mundo dos sonhos porque estes em vez de serem loucos e delirantes devolvem-me à realidade das vidas passadas. Vidas passadas com desejo do impossível sempre presente. Vidas que prefiro não lembrar. É tão difícil morrer... É tão difícil deixar de existir... A alma condenada à existência nenhum Demónio é capaz devorar. Único capaz de algo mudar é o magno e todo poderoso Deus que me condenou a vaguear entre mundos a pensar em ti... E entre tanto passado eu procuro e não encontro, tento lembrar e não me lembro, do momento quando cometi o erro, para poder pedir o perdão a Deus. E não me lembro... Não me deixam lembrar.

domingo, 15 de dezembro de 2013

15-12-2013


Quando o pôr do sol enfrentar o nascer da lua cheia em pleno dia os Sábios viverão momento de paz e liberdade e farão o arco anti-horário em quatro direcções porque o tempo não tem poder sobre a eternidade. 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Pinare



Eu pino, tu pinas, ele pina, ela pina, nós pinamos.
Eu amo, tu amas, ela ama, nós amamos.
Ora todos amam mas nem todos pinam,
Todos têm o amor, mas nem todos o pinam.

Ora se todos amam, mas nem todos pinam,
Amar não liga com pinar, o que opinam?
Se amo um amigo, não quer dizer que pino,
Se amo rapariga, será pinar o meu destino?

Pinar é como almoçar, sem nada, come-se alguma coisa,
Amar é um supremo, ou amo ou não amo dita coisa,
Será que pinar e amar não é a mesma coisa?
Mas pinar com amor é qualquer coisa...

terça-feira, 7 de maio de 2013

Famoso e Reconhecido


No mundo de diversas ideologias a necessidade da liberdade é a mesma.

Na infância pensamos que o mundo é nosso... Uma vez que somos pisados nos calcanhares, passamos para adolescência. Quando nos obrigam a pagar pelo que achávamos sagrado, já somos adultos, correndo à procura da nossa liberdade através de diversas ideologias, mal formadas. Já não queremos o mundo na mão novamente, mas sim a felicidade e a paz interior. Há quem busque a paz criando um mundo interior, cheio de café e beatas no cinzeiro, há quem plante as hortaliças no seu quintal, e há quem ache que a melhor defesa é ser adorado pelos outros. No caso do último, com tempo, até pode chegar o desejo de poder e avareza. Tudo depende dos nossos objectivos e da compreensão da realidade. A verdade é sempre uma, mas poucos sabem o seu sentido...

Ser famoso é um poder, a durabilidade  do qual mantem-se através da qualidade de exemplos que somos e prestamos para os demais. Não é mal tê-lo, mas é errado querer-lo ou tentar atingir. O reconhecimento chega por ele mesmo, sendo nós, correctos, naquilo que fazemos... Porque - "aquele que de si mesmo esqueça logra."

Domar a fera é obra de arte. 
Domar dentro de mim e não noutra parte,
Não chegam a mera coragem e inteligência,
Não há arma, apenas possuo a  paciência.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Doido


Mas qual dos poetas é que tem a alma sã? Nenhum de facto. 
Eu, doido, escrevo, não tanto para o leitor como para mim mesmo. Para acalmar as próprias ambições e reler a própria obra varias vezes. Reler e alimentar-me assim do próprio texto. Podem chamar-lo auto-vampirismo se assim preferirem. 
Se vale a pena continuar assim? Qual sentido de gastar a tinta se não para o leitor?  
E se parasse de escrever mesmo? Para alguns de vocês, leitores, seria perder o apetite de saborear algo novo da minha alma, mas para mim significava uma única coisa - que me curei desta alta psicose nomeada de Poesia...

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Franqueza


Olhos nos olhos com franqueza, é tão difícil explicar o todo.
Que tem de mais, diz lá o que esta errado? Mas não, mantenhas o silêncio! De baixo a máscara alegre ocultas sentimentos todos. Com o sorriso sacrificas lábios, mas teus olhos não desmentem a tristeza. Pensando bem, que tenho eu do melhor? Com meu medo de dizer que mude para o pior. E assim, como planetas, somos eu e tu, parece estamos perto, mas cada um com seu destino. O teu vai por entre as estrelas, e meu pelo pó do Universo, entre inúteis sonhos pessoais a invocar franqueza – meu cativoOlhos nos olhos com a franqueza, é engraçado e triste, porque o teu símbolo é anarquia e o meu é loucura.

Árvore



Xiiiiiiiu xiiiiiiiu. Estão ouvir? A mãe natureza fala-nos. Ela diz que a partir de agora a nossa existência humana acabou… Ela transformou-nos em formigas, porque nós, seus filhos pródigos não fomos capazes de ouvir-lha com os próprios ouvidos. Estamos lançados no meio da floresta, extremamente verde, abundante e virgem. Abandonados, longe do nosso formigueiro, castigados, mas com alto poder de sentir, ouvir e observar. Sim, sim, vocês conseguem, basta acreditar… Quando eramos grandes não apercebíamo-nos que fortes turbilhões de vento provoca uma folha caída, e que horríveis terremotos e mortes, traz uma árvore deitada a baixo. Uma árvore robusta, verde, alta e crespa, que centenas de anos têm servido milhares de formas de vida diferentes. Uma árvore que suportou milhares de trovoadas nocturnas, cuidadosamente, guardando as gotas de água entre suas folhas, para oferecer a vinda do sol na madrugada, dizendo: tome ó meu criador, guardei essa água para ti, para agradecer o todo, quanto tu te empenhaste por fazer-me viver. Quando o sol, ria-se para ela, acariciando as folhas de raios quentes, respondendo: não quero caríssima, antes oferece essa água a tua mãe terra, porque nela estão as tuas raízes e dela os teus ramos verdes bebem quando estão sedentes. Plum plum plum plum plum plum, estão ouvir? Assim, caiam sobre o solo as cristalinas gotas de água. Não, a árvore não estava a chorar, apenas estava imensamente grata…