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terça-feira, 27 de março de 2012

Felicidade






Eu caio no abismo das rimas,
Distantemente da realidade,
Folheio livros de poesias mais primas,
Mas não encontro lá felicidade.

Deseperado á procura
No mundo feito da maldade,
Se num ser humano nada é seguro
De que é feita tal felicidade?

Lutava, resistia, persistia, inutilmente o fiz,
O mundo é feito de hipocrisia,
Desprendo o meu rancor na poesia
Embora ser poeta nunca quis!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Recordo-me







Tudo que neste mundo é bom faz-me de ti lembrar: Manhãs após manhas, envolto nos raios de sol, orvalho nas ervas pisar. Ouvir os trovões coberto de quentes monções, faz-me de ti lembrar. As montanhas imponentes, as luzes das estrelas cadentes, as noites que nunca acabam, os sonhos onde tu e eu estavam. Os teus olhos dois sóis poentes, tão grandes, tão ternos, tão quentes! 

sábado, 24 de março de 2012

Vento de Júpiter





No barro, bem com os pés envolto,
Centauro apontava flecha para o céu,
De pó nasceu e em pó ele volta,
Mas sabe de onde seu espírito desceu!

sábado, 17 de março de 2012

Os Versos sem Palavras




Apetece-me escrever mas não há palavras...
Parece-me que disse tudo o que tinha por dizer,
A poesia é a luz para curar as almas.
Mas o que vale um poeta sem palavras?


A dor e alegria me faziam escrever,
E novas maravilhas descobrias dentro minha alma,
Agora, somente sobram os desertos  para ver,
Os ventos de tristeza e saudade roem minha calma.


Infelizmente, nem todos temos o poder - sentir e ver,
Nem todos nós amamos com a mesma força,
Algures provocamos dores uns aos outros sem saber
E nisso culpa tem o excesso ou a falta da palavra! 

domingo, 11 de março de 2012

Alegria!





Pelos caminhos poeirentos cruzava as montanhas.  Fui a procura da alegria e não encontrei... Apenas o vento forte e frio soprava nos meus ouvidos, falando-me algo... Mas eu não queria ouvir os seus conselhos. Mergulhado nos meus pensamentos mais profundos, na tentativa de  perceber o que  faltava para a tal desejosa sensação, subia cada vez mais alto, parecendo-me que lá nas copas das montanhas é que esta ela - alegria. Cheguei ao cumulo de mundo, pelo menos assim pareceu-me. Esperava de conseguir novamente o prazer de sentir-me pequeno humano no meio desta poderosa paisagem rochosa, onde as copas das montanhas arranham o céu e o sol queima os quatro horizontes. Esperava de sentir-me pequeno mas assim não aconteceu... Talvez porque a alma sofrendo também cresce e ganha resistência? Se a alegria é composta pelos curtos momentos da vida, porque não conseguimos viver apenas com as belas recordações?

quinta-feira, 1 de março de 2012

Morte Social


       Egoísmo, burocracia, politica, arrogância,  pobreza, poluição, capitalismo, narcomania, alcoolismo, fúria, violência, guerras, frieza, medo, tantas palavras horrorosas... Até da para continuar sem fim. Cada dia um de nós cruza-se com palavras destas e segue sem se quer prestar atenção as causas. E talvez tem de ser assim... Não sei... Quando um pintor pensa pintar uma bela obra, há sempre desperdício de papel... Quem sabe se a sociedade seja igual a obra dum  pintor inexperiente? 

      Outro dia, sem propósito, entrei na agência funerária qual pertence a um amigo meu. Era para cumprimentar-lho e partilhar algumas novidades. Envolvidos na conversa entramos no armazém. A primeira coisa que me chamou atenção foi um forte cheiro da verniz e dois pequenos caixões quais foram pintados e estavam a secar. Dois caixões a espera de crianças que ainda não morreram.....