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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Respira


Respira. Fecha os olhos. Não ouças a mim, não olhes a mim, sai de mim. Silencia-te, sinta o ritmo do coração. Aconchega-te no calor do meio dia. Não construas o teu estar à força. Deixa fluir. Pensa até parares de pensar, ouça até parares de ouvir, respira até parares de respirar. Morre e volta. Volta à mim, e seremos um só. Voltaremos à natureza para morrer mais e mais. Não quereremos a ideia viva, mas sempre a realidade cruel e sentida em quanto os demais sofrem a solidão da alienação. Voltaremos aos nossos bosques, aos nossos lagos, estepes, vales e montanhas. Respiremos do imutável. Beberemos de um a outro ao som do tambor. Olharemos nos olhos aqueles seres que não se pode olhar. Falaremos com Eles e voltaremos ao mundo trazendo prodígio em nome de Força, Sabedoria e Amor.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Coisas Feitas


Sabes aqueles momentos quando a alma para? É estes que procuro. A alma descansa dando-se a recordação... Quanto ao resto, num fechar de olhos vem o dia de amanha. Numa respiração vão passar dezenas de anos. O tempo, que de facto não existe, não significa. Tudo uma agitação inútil que, passa. A realidade é o passado. O passado que não volta, que não è palpável, mas real. É real porque representa as coisas feitas às quais se atribuí valor. È de tal forma real que è possível lembrar e sentir o cheiro, o som da voz, a luz do sorriso, a ternura do beijo no pescoço, o abraço... Estas são coisas feitas, as demais não existem, estão por fazer entre quem ama e sabe viver.