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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Todos diferentes



Caio, levanto-me, caminho. Caio, levanto-me, caminho. Perscruto nos olhos de transeuntes. Todos iguais, todos diferentes. Cansado do poder do ver... Triste de não poder  ler, os livros de histórias felizes e não as fábulas de como se destroem países, de como os ódios são cedentes, de como as nascentes dos rios formam as lágrimas dos inocentes! Como a hipocrisia ganha a fama da cura  nos humanos que já não têm cura. Como a inveja e ira possuem as mentes, como abismo de estupidez atrai os nossos entes.   Oh gentes!!!

Caio, levanto-me, caminho... Caio, levanto-me, caminho! Todos iguais?  Não! Somos todos diferentes.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Your Light



The hot and solid day was like a night,
You went away but stayed in my mind,
My soul is so dark without your light,
Why you are so lucid? Why you destroy my darkness mind?

I open the door and thinking maybe you´re there,
I hope to see your eyes but I find nothing there,
I know now you´re smiling but I do not know where,
My eyes will cry but spirit will be fighting
                                         cause burning  feel you everywhere...

So painful remember your tender voice,
So difficult to sleep and listen the spring noise.
So wonderful to know that Love exists,
So sad to see your face just in my contact lists...

(With Love for Dona)

   






terça-feira, 1 de novembro de 2011

Olhando Trás do Tempo

         


          No meio do nevoeiro dos anos passados vejo-me um menino... Olho para trás trespassando as vidas e não percebo o que esta errado no tempo. Porque corre tão rápido? Parece uma bola de neve que ao inicio da gosto e custa empurrar, mas depois vendo-a rolar pelo monte a baixo, levando tudo a sua frente, da medo... 
           Lembrando as minhas primeiras ferias escolares, tive sete anos, quando cada segundo parecia um ano, quando cada raio do sol era bem vindo e observado com admiração. Um passeio para o bairro vizinho era uma longa viagem cheia de aventuras e uma vespa era o pior inimigo. Devolvendo-me assim para o vivido, digo que o tempo nem se quer existe quando somos pequenos. Não será porque cada momento faz importância, seja bom ou mau? Os adultos saltam de um momento para outro, esperando sempre que venha o seu melhor. Mas o ser inocente vive tudo na plenitude, caminha para a frente e desafia sem medo, e por isso é ilustre. E por isso o tempo para. As vezes para perceber como viver a vida correctamente temos de tirar exemplo dos quem menos esperamos... 


"A verdade sai da boca das crianças" (proverbio)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Apetece-me escrever



Apetece-me escrever... Por a primeira letra no papel é como transformar-se numa pequena pena e fazer um passo a ventania das Almas, onde cada uma delas é um outro mundo. E voar... Até que o vento te pousará em algum lado. Uma vez, um amigo meu disse-me: "Há mundos onde o bater das asas da borboleta pode causar furacões."  Eu fico a pensar, se uma simples borboleta faz isso, o que pode provocar a poesia? E eu escrevo! Deixo a mente vaguear entre os fados e escrevo... Escrevo para ti caro leitor, retirando pelos bocados da minha Alma, já sem isso vazia e cinzenta. Mas ainda vai dando... Ainda posso viver... E vou vivendo, da primavera a primavera. Vivendo, pelos trovões e chuvas quentes veraneias.  Vivendo por um sorriso e não pelo denariu. Vivendo em quando haja alguém, que olhando nos olhos me diga - gosto muito de ti...   E tu pelo que vives leitor?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Peregrinação





Por entre trilhos, rios e bosques montanhosos, saí em busca do silencio, fechei as portas da alma para o mundo todo, caminhei muito, pensei bastante, vi imenso e até senti-me humano... A beira mar, num poderoso Pôr do Sol, percebi que a alma tem lugar para tudo, menos para o mau...


P.S. - pensei muito em ti e tu sabes disso....



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Tristeza do Anjo



Hoje vi os anjos a chorar...
Deus trabalha em maneiras tão misteriosas...
Tão horroroso o som, das lágrimas – pingar...
Compreendo tanto, mas não percebo as estrelas furiosas...


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Vindimas



Era cedo de manha, quando o motor do meu carro, finalmente parou de roncar. Chegamos a Monção, uma pequena, antiga vila, situada na beira do Minho entre Espanha e o resto de Portugal.

Saímos do carro... A manha estava fresca e húmida. Os cantos de pássaros, parecia fortaleciam a o imponente paz e sossego que permanecia naquele lugar. O meigo sol de Setembro chovia de raios, saciando de brilho a ondulação do rio que lambia as costas Ibéricas.

Mas o amigo jovem que tinha vindo comigo, não parecia estar apreciar as belezas da mesma forma que eu. A estrada longa e cheia de curvas trouxe-lhe uma sensação de enjoo e também do sono que não o queria largar... Ele olhou para o céu e espreguiçou-se esticando o seu corpo o máximo possível. Depois suspirou e ficou observando, de olhos meio fechados, na expectativa de reparar nas lindas paisagens que o rodeavam. O seu castanho, despenteado cabelo e a cara de sono, influenciavam, transformando-me num ser jocoso. E realmente, depois de um par de piropos meus e o contacto com o ar puro, o sono passou, deixando-lho sobre alguns dos seus pensamentos... Provavelmente, ele, andava a sonhar de algo... Não sei...

A frente dos nossos olhares estava uma casa robusta, com um pequeno e lindo jardim na sua face e vários galinheiros enferrujados na parte traseira. A seu lado esquerdo, prolongava-se escura verdura das vinhas, esperando pelas pessoas, cujos vozes já se ouviam atrás da casa. O portão estava aberto e nós entramos. Era a casa da gente boa... A dona Céu recebeu-nós com muito carinho e acompanhou até ao campo, onde já estavam algumas pessoas a começar a vindima...

Pegamos nos cestos e ocupamos uma das fileiras. Respirava-se mesmo bem. O vento leve e fresco descia das copas das montanhas espanholas para sussurrar-nos algo nos ouvidos. Cheirava a terra e ervas húmidas. Aqui e lá ouvia-se vozes de pessoas vindimando, mas isto não perturbava o silencio do lugar. Eu, parecia que conseguia ouvir a queda de gotas do orvalho que obedeciam os meus braços da sua frieza. Os minutos passavam um trás outro e o sol subia cada vez mais alto acariciando os nossos ombros. As vinhas eram altas e tão cheias de folha que muitas das vezes era preciso mergulhar para baixo delas para encontrar os cachos de uvas que lembravam pérolas no fundo do mar. Estar de baixo dessa verdura toda, fazia sentir que estávamos num mandril, muito bem acolhidos. As conversas eram alegres, as tesouras clicavam alto e os cestos enchiam-se rápido. Entre as folhas que tremiam do vento, com medo que ele as levasse, reparei num grande cacho de uvas que estava no alto a banhar-se nos raios de sol e estiquei-me para o apanhar. Mas falhei ao cortar-lo, traçando varias uvas... O seu sumo quente sobrou na abundância para cima da minha cara, e foi bom sentir-lo, fiquei alegre. Passei a língua a volta da boca tentando apanhar algum sumo, e era muito doce... Então atrevi-me de comer algumas uvas desse mesmo cacho antes de mandar-lo ao cesto. Era delicioso... De repente ouvi um som de um sino a minha beira. Fiquei surpreendido a pensar de onde é que vinha a linda musiquinha. Olhei para baixo dos meus pés e reparei numa pequena gatinha siamesa com um sino no pescoço. Brincava entre as ervas apanhando os insetos e depois cansada deitou-se a minha beira demonstrando que queria fazer companhia. Eu chamei por ela e ela miou-me em resposta, afixando em mim os seus fundos olhos azuis. Fazendo-a ronronar, esfreguei-lhe atrás da orelha e ela franziu os olhos parecendo estar a sorrir do prazer...

“Andai picar rapazes” - ouviu-se a vos duma mulher camponesa em nossa direção. Nós tanto envolvidos na vindima, nem apercebemos que era para nós que ela falava. “Rapaziada, andai picar!” pronunciou ela de novo aproximando-se a nós.
O meu amigo perguntou-me o que significava a palavra “picar” no contexto que a mulher tinha dito, e eu tive de lhe explicar que no norte de Portugal, “picar” significa comer pouco, ou seja – tomar o pequeno almoço. Geralmente nos trabalhos como este apenas é oferecido o almoço, mas na casa de boa gente é diferente, haja sempre de tudo desde que a gente continua a ser boa...
Queijo de cabra, sardinhas picantes, fiambre e chouriço, boa broa e baguetes do forno a lenha. O cheirinho de tudo isso vinha da mesa que estava por de baixo de uma grande nogueira a fazer sombra. Quando lá chegamos, já havia muitas pessoas a volta da mesa, todos alegres e envolvidos na conversa. A dona Céu andava preocupada a volta das pessoas, empurrando os mais tímidos para beira da comida. O meu amigo encontrou uma noz caída no meio das ervas, e sorridente, ofereceu-me la. Pois já sabia de que eu gostava muito de nozes e partia as sempre a mão, nem que fossem muito duras. E já tinha ensinado esse truque a ele. Esse amável gesto dele, sem duvida tornou-me mais contente ainda, e eu não demorei a partir a noz sacando todo o seu interior. Mas não passaram e trinta segundos, quando o meu amigo já tinha encontrado a outra e fazia o mesmo que eu, exibindo a força dos seu braços. Começou o jogo da caça de nozes e já ninguém lembrava do queijo de cabra na mesa...

Para frente ainda havia muita uva para vindimar, muita língua a esticar na hora do almoço, muitos beijos e elogios para dar a velhinha Dona Maria – mãe da Dona Céu e outras coisas boas por alem... Mas isso já seria outra historia...
Uma coisa eu sabia exato sobre o tempo que passei nas vendimas - este seria mais um, de aqueles especiais, alegres e meigos dias, que para sempre ficam na minha memoria, iluminando os meus pensamentos...






sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Вечерело



Солнце за горизонт опускается,
Лучей, засобой, уводя oплот,
Словно море, тьма к стопам моим ласкается,
Бренные мысли встают в хоровод...


Tradução: Russo/Português.

Trás do horizonte vai descendo o sol,
Levando consigo o exercito dos raios,
Feito mar, a escuridão acaricia-me os pés,
Os pensamentos pesados juntam um circulo...




Amo-te...



Por mais que custa-me dizer: eu sou poeta
E amo diferentemente,
Sobre paixões, fácil, posso escrever,
Mas o amor por ti devora toda minha mente...

Constantemente a pensar em ti na flama ardem versos lentamente,
E quando falas, ressona, tenra, voz de ti, dentro de mim,
E cada som  - és tu, e cada vez a ti me ponho mais atente.
E cada vez que tu respiras eu sinto vento quente,

E sempre que me tocas - fico inocente...  

sábado, 3 de setembro de 2011

Outono Precoce


 
      Os meigos e sólidos dias do inicio do outono, embora são quentes, sempre trazem um leve animo da angustia. Talvez porque já sabes que, o que te espera passado uns dias mais tarde - será percorrer as ruas cinzentas debaixo da chuva lenta e fria, pisando o colorido tapete de folhas caídas. Parece que nesses dias a humanidade entra num estado da remissão completa para poder repensar de novo toda a sua existência. 
Pois e eu também fico a pensar e analisar. Penso e admiro: como é possível de rasgar o meu coração em tantos bocados, repartindo-los, e ver de sobrar tanto ainda. Parece que a carne nunca acaba mas os corvos  comem a bem...
Pensa, quantos adormecem assim como tu, pensando e olhando, trás do vidro da janela, sobre as agulhas da chuva, que cintilam na ténue luz dum lampião, que esta só no meio da rua silenciosa. E pela primeira, gloriosa, mas fria manha, vestem os seus pesados casacos como se nada fosse. Saiam a rua, sorrindo, sem se quer aperceberem-se que o outono chegou e que os tempos mudam constantemente...  





quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Queres dizer?


Todo ser humano é aprendiz,
Mas uma coisa nunca aprende,
Quando quer dizer - nunca diz!
Depois, na hora má, chorando diz,
                                   Eu assim não quis...

Faz o teu e meu coração viver feliz, 
Antes que eu  me desapareço, se queres dizer algo - diz!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cancro


Era uma vez um jovem muito corajoso e nobre. Caminhava pelo mundo fora iluminando as pessoas com a sua bondade. E as pessoas lhe agradeciam... A sua alma era tão grande e cheia de amor que podia acolher o mundo todo... O jovem sabia que era especial e procurava pelo mundo uma alma igual para poder partilhar com ela o poder do seu amor em toda a plenitude. Mas ele não sabia que era único em mundo todo com tanto poder de amar. Apaixonava-se pelas pessoas a primeira vista mas não recebia o mesmo em troca, porque nenhuma pessoa sabia amar tanto como ele... E como tinha o seu coração muito grande, apaixonava-se muitas vezes, ficando doente e sofrendo muito... Até que um dia, apaixonou-se tanto, mas tanto que ganhou o cancro na alma e morreu!

Moral da historia: "Amar ou Não Amar? Está é a questão!"  

domingo, 7 de agosto de 2011

Hora da Angústia



Estou sentado na mesa da cozinha mastigando o meu jantar, devagar sem pressas, pois a comida não me da tanto prazer como pensar olhando para a janela. E vou olhando, pensando, mastigando a merda da comida! Observo como as nuvens cinzentas rastejam lentamente pelas copas das montanhas do horizonte. E o resto do céu esta tão azul que chega a causar sensação de frio. Os pensamentos: vem um, vem outro, alguns querem vir mas fogem logo que começo a pensar... A cabeça esta um caos, de volta - um caos, os dias passam, os anos passam, pessoas vêm, pessoas vão embora, o mundo muda, eu mudo-me constantemente, até os mortos de vez em quando dão a volta no caixão, mas a porcaria das nuvens no céu nunca muda! Estão sempre ali presentes passeando de um lado para outro junto com o vento... E o próprio céu nunca muda! De noite pestaneja-me, de dia está sempre azul e frio... As vezes zango-me, saio à rua, olho ferozmente para ele, mostro-lhe os meus punhos, chamo-lhe nomes! Mas ele em resposta junta as nuvens, rega-me com a chuva e depois ri-se de mim com os trovões. Barulhentamente entro em casa, tiro a roupa toda e fico a pensar, de baixo de um cobertor, olhando para o tecto branco, trancado entre quatro paredes... Só penso no bom, recordando muito... De que? Talvez de ti, quem sabe.........

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Pensando em ti



Eu caminhava sobre um lindo dia...
O vento me sussurrava, mas eu não lhe ouvia,
O sol me abraçava, mas eu nem  o sentia,
A terra o seu amor me dava, mas eu nem saber queria...

Apenas de ti pensava,
Apenas a tua voz ouvia,
Apenas a ti esperava,
Apenas a ti queria.


No mar dos olhos teus me afogaria,
A alma no meio das ondas tuas para sempre estaria...

domingo, 24 de julho de 2011

Pensamentos em Vão


O caminho do meu labirinto passa numa escuridão espessa e começa a parecer-me que a saída é uma coisa que sou eu que gostava de encontrar, mas não é uma coisa que realmente pode existir... Ajoelhado aos apalpões, constantemente, vou encontrando velas. Acendo-as, mas elas vão derretendo, são pouco resistentes, umas mais, outras menos, todas acabam por arder... Mas seja como for - iluminam, permitem prosseguir com uns passos a frente. Ademais caminhar dentro de um corpo humano é uma experiência interessante, embora seja prisioneira, porque quando quero abrir as minhas asas negras e voar, não posso, a concha da carne aperta-as... Tento resgatar-me a sair pela boca, mas o máximo que consigo é olhar o mundo que está por fora. Sento-me, pego numa faca e corto a pele. Sinto como o calor do sangue trespassa pelo braço acabando no chão com abundância. Com interesse observo a ferida do corpo que esta calmo e nem se quer demonstra algum protesto, sinto a sua dor, analiso-a... Depois resgato a alma do meu peito, ponho-a enjaulada entre as garras nas palmas das minhas mãos e sopro-lhe um bafo das recordações mais horrorosas que ela já tenha vivido. Com fogo azul nos olhos observo como ela se agoniza e expulsa os gritos penetrantes sem encontrar um sitio onde estar quieta... De repente, o eco do meu riso louco e perturbador preenche o escuro vazio do labirinto... Quando o silêncio está de volta, percebo que tenho de ir... Agito o meu corpo já meio inconsciente, levanto-me e continuo a andar lambendo o sangue...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Eu comprometo a ser humano!



Quando um comboio parte há sempre aqueles que vão embora para sempre e aqueles que ficam.

Um dia tu também terás de partir para sempre e eu terei de ficar, mas antes que isto acontece eu comprometo-me que farei tudo para que estejas preparado para este teu caminho. Para qualquer pergunta que me farás, encontrarei a resposta certa. E quando estarás triste, estarei sempre perto para te compreender. Te protegerei de todos os teus medos e incertezas e ensinarei a ser forte e amar a vida, e saber apreciar cada seu momento... Do meu peito resgatarei um bocadinho de mim e deixarei na tua alma para sempre. Assim, quando a vida te pousará ajoelhado, bastara pronunciares, sussurrando, o meu nome e te levantarás. E quando a tristeza fechara em ti as suas algemas, - bastará recordar as minhas palavras para começar viver de novo... 

Tudo farei para o teu bem... 

sábado, 16 de julho de 2011

K. Eros


        As ervas no fim de Julho, como já era o costume, estavam amarelas e meio secas. O calor era desgraçado, até os poderosos carvalhos, que rodeavam o percurso do meu caminho, ganharam a sua cor verde escura, e parecia gemiam. Mas eu era muito jovem, tinha dezasseis anos, um corpo magro e muito atlético, (visto que já praticava o atletismo muito a serio), esses dez quilómetros a frente, com quarenta graus de calor, não me assustavam nadinha. Ademais eu era alto e os meus passos eram largos, caminhava-se muito rápido...

       Já eram três da tarde, o sol estava bem alto e queimava os meus ombros já bem bronzeados. Pois eu fazia  muita praia. A lagoa, a onde-me dirigia, era enorme, rodeada de lindos bosques e tinha muitas prainhas limpas de arreia branca, algumas, muito escondidas, que pouca gente conhecia...  

       Os quilómetros passavam rápido, e não era de admirar, eu ia cheio de esperança e pensamentos eufóricos.  Foram várias vezes, quando eu, a essa hora, voltava da pesca reparando em duas belas raparigas, passando por uma dessas prainhas escondidas. Hoje tinha decidido ir até essa prainha pela mesma hora para investigar, cheio de esperança, e não era sem o motivo, cada vez que lá passava o meu olhar cruzava-se  com olhar delas...  

        E não há palavras para transmitir a felicidade minha, quando nesse dia também lá estavam as "sereias". Eu aproximei-me a elas, cumprimentei amavelmente e perguntei se a agua hoje estava boa. Logo que recebi sorrisos e respostas optimistas, a minha audácia não parou por ai e pedi licença de por a minha toalha a beira delas. E foi bem aceite... Esticando bem o meu corpo aos raios do sol tirei as minhas roupas suavemente , ficando apenas em cuecas, os calções de banho nem se quer tinha trazido. Deitei-me, observando-lhas. Ambas estavam molhadas, tinham saído da água antes da minha chegada. As duas eram loiras mas com seu cor de cabelo bem diferente, uma, a mais alta e magrinha, tinha o muito comprido e de cor do sol, tão lindo que eu nem se quer conseguia desviar o meu olhar. Outra tinha o cabelo branco, mas natural, notava-se logo que não era nenhuma pintura, e o seu corpo estava mais fofo e robusto, mas com cada linha muito bem definida, a sua pele branquinha e perfeita. As duas eram bem mais velhas que eu, constantemente trocavam uns olhares astutos e  risinhos uma com outra. Eu continuava armar-me em inocente, alimentando-as com as anedotas mais depravadas que um ser humano alguma vez podia conhecer. Depois a mais magrinha propôs que jogássemos as cartas e não foi má ideia.  Para o jogo fosse mais cómodo sentamos-nos. Eu sentei-me no rabo, abrindo vulgarmente as minhas pernas, demonstrando na perfeição, vocês sabem o que... Mas que admiração foi minha quando as raparigas fizeram o mesmo! O fino tecido dos seus biquínis sublinhava lindamente todos os pormenores. Ambas tinham os lábios vaginais grossos e as cuequinhas entravam no meio deles, fazendo uma espécie de lacuna. Já não digo nada dos seus seios, grandes como melões, com os bicos que parecia podem picar. Eu já não conseguia pensar em jogo, começava a ficar tolo, constantemente tinha que me controlar psicologicamente para não ficar excitado. Mas era quase impossível, o meu pénis crescia pouco a pouco... Embora a vergonha não tinha nada a ver comigo, finalmente inventei que ia dar um mergulho. O calor não estava em falta e as "belas" decidiram acompanhar-me... Entramos na água e nadamos um pouco juntos, depois paramos a falar sentados, apanhando as pequenas ondas que o vento quente trazia. Eu confessei que essa praia era muito raro haver gente e que eu vinha cá muitas vezes sozinho para nadar nu... Em que a mais alta não demorou a responder, na tentativa de me envergonhar, talvez...- "e o que é que te impede agora?" Mas não era por ai... Eu levantei-me, virado de costas para elas e tirei as minhas cuecas, lançando as para as mãos delas. Ouvindo risos e aplausos segui para águas mais fundas. Quando virei-me para trás as raparigas já estavam nuas seguindo na minha direcção. Uma vez que elas entraram na água mais funda eu mergulhei e passei nadando no meio das pernas de cada uma, apreciando de perto as suas vaginas lisinhamente bem rapadas. Agitei bastante a água para elas sentirem lá um toque leve e agradável.  Uma delas disse - "tu nadas muito bem, tens muita força, posso nadar encima de ti?", claro - disse eu e deixei-a subir por cima de minhas costas. Logo senti que as ceias dela estavam tesas. Ela agarrou-se tanto a mim que os nossos corpos pareciam estar colados. Apesar da água estar fresca, sentia bem o calor dos seus lábios vaginais numa bochecha do meu rabo. Mal eu queria começar a nadar, quando a mão dela deslizou para o meu falos, já imensamente duro e aprumado. A outra rapariga, dizendo vamos para a toalha, deu-me um beijo suave na bochecha direita. Passado segundos já estávamos fora da água. Eu pus-me encima da tolha a pé e nervosamente encostei a rapariga baixinha ao meu corpo, enchendo-lha de beijos loucos. Mas a mais alta pós-se atrás de mim e disse - "tenha calma miúdo, nós fazemos tudo", depois fazendo a pressão nos meus ombros, ajoelhou-me e encostou-se justamente a mim. A mais pequena, agachada, dava uns suaves beijos no meu pénis, mas sem chupar nele e a mais alta masturbava devagar a mim e a ela ao mesmo tempo... Eu senti tanta excitação que a cabeça começou andar-me de volta, pelo respeito segurava o orgasmo, pois era ridiculoso vir-se passado dois minutos... Mas as pré-ejaculações deram logo a saber do que se passava. A baixinha disse - "queres vir-te? Esteja a vontade, ainda temos vários orgasmos pela frente." Vamos lá então, disse a mais alta... Vamos, disse eu... A baixinha mergulhou  a sua cabeça no meio das minhas pernas e pós-se a fazer o cunilingus a outra. E a alta começou a masturbar-me ainda mais intensamente, mordendo os meus ouvidos. A baixinha gemia e masturbava-se com muita pressa. Eu pós as minhas mãos nos seios dela observando como a mão da outra descia e subia pelo meu pénis fazendo os meus testículos abalar sensualmente. Passado segundos já estávamos a vir-nos todos ao mesmo tempo. Todos gritamos atordoados pelo prazer, parecia vai trovejar na cabeça. A minha esperma na abundância de gotas quentes sobrava para os abdominais da baixinha....

        Depois cansados nós deitamos abraçadinhos, de vez em quando oferecendo uns beijos. A alta não parava de brincar com a minha pila que já estava precisar descanso depois de uma sobrecarga tão elevada. Mas a baixinha pelos vistos já recuperada do cansaço pegou no meu pénis e começou a chupar devagarinho, engolindo todo o seu comprimento. Eu disse que me doía e pedi para esperar mais um bocadinho, ela pareceu obedecer, mas afinal não era bem assim... Sentou-se no rabo com as pernas abertas mesmo a beira da minha cara, pegou numa faca e o melão que elas tinham trazido, cortou uma fatia e encaixou a com aparte mais fina pelo meio dos lábios da sua vagina suculenta, esfregando de cima para baixo. Depois trouxe essa mesma fatia até a minha boca, e enquanto eu comia, a minha pila, que estava na mão da alta, ficava cada vez mais dura e grossa. Depois a alta subiu para o meu pénis e a baixinha para a minha cara, colocando a sua vagina sobre a minha boca. Eu agarrei a baixinha no rabo fazendo assim ainda mais peso sobre a minha boca, e tudo começou de novo...

Amam e sejam amados! :) 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O Tempo




Tempo!... Tempo... Tempo, tempo, tempo, tempo, tempo!!!....... Passa demasiado rápido! Outras vezes devagar...  A memória ainda extrai  os lindos momentos da minha infância como se eles passassem a um segundo atrás. Os dias quentes de verão, ai quantos já passaram pelos meus pés sempre descalços... E os Invernos nem se quer me lembro deles, talvez um bocadinho só... Mas os Verões da minha infância... Quantos eles já foram! Lembro-me de tudo, basta o sol beijar a minha testa cansada e começo a recordar. Mas tudo, tudo mesmo! Os meus joelhos e lábios feridos das porradas constantes com os miúdos dos bairros vizinhos. As picadelas das vespas e outros bichos, a minha barriguinha sempre nua e suja. A carinha e o cabelo - bem queimados ao sol... Os telhados sobreaquecidos a cheirar resina, cheios de pombos, tão desejosos de os apanhar, e com as  suas vistas encantadoras que de la de cima se abriam para onde acabava a cidade e começavam os bosques, e as lagoas...  E o doce sabor dos melões e melancias roubadas, a papar entre os risos dos meus amigalhaços bandidos, assim como eu. Aqueles bandidos que tanto entraram no coração que mesmo agora passado quinze anos de eu não os ver, dava a vida por qualquer um deles! E aquele cavalo que me levava num louco galope a fugir da sombra do sol poente. E aqueles momentos de silêncio no crepúsculo, quando eu estava sentado no solo, ainda quente, a escutar o cavalo mastigar a erva...  E aquela miúda que me dava tantos beijos inocentes... Ai tempo! Tempo, tempo, tempo, tempo!!! Mas quando recordo tu paras, paras oh furioso! Sei bem que paras!....

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Angelical


Cidade estava vazia,
A chuva caia no chão,
Sozinha na rua, o violino tocava menina,
Oh minha alma! Oh essa musa Angelical!!!

Brumas


A noite exalta e lua vagueia nas brumas,
Dormem as lindas - Marias, Esperanças e Brunas,
Dormem princesas e sonham voar entre luas...

Algoz


Ser franco - é o meu Algoz,
Ser franco torna minha voz - feroz...

Beijo


Os beijos estaletados na alma,
Poemas perdidos na Internet,
Bom canto vem da diafragma,
Um bom poema vem da boca da Elizabeth...

                                        (Dedicado a poetisa Elizabeth)

Boémia


Boémia, o que será e quem o tal alcançara?
P´ra mim viver - já é um prémio, p´ra que boémia será?
Riqueza, luxos, tudo prévio...
Assim cabeça não-me pensará...

Amor


Do copo bebo teu Amor,
Do prato como teu beijo quente,
No no meu peito guardo tua dor,
Amor! Eternamente, quero-te presente!

Borboleta


Eu estava sentado no meio da floresta quieta,
Encima da mão me pousou borboleta,
E eu falei-lhe - quem és? - eu sou borboleta -
E tu quem serás? - Sou um triste poeta...

Alucinação


Que doce fruto - Alucinação,
Melhor nem posso-me imaginar,
Que fruto fértil, que atracção,
P´ra ti será alieno, mas para mim - ficção!

Jogo


Para ti o meu amor é um jogo,
Os passeios na na arreia quente...
Para mim o teu olhar é um fogo,
Cada vez que jogas -na alma fica-me assente...

Cangaço


Quando era pequeno, eu era cangaço!
Tronco nu, cara suja e nervos de aço,
Calças sempre rasgadas do rápido passo,
Onde foram os anos? Onde esta o cangaço????

sábado, 25 de junho de 2011

M. Danação da Alma

 

Hoje vou dormir nas trevas, coberto de luar,
Amaldiçoando o deus que me deu o poder de te amar,
Amaldiçoando o dia quando me senti feliz de te encontrar.
Oh minha alma doida!...  Oh indigna!... Nem o diabo te quis levar...

Hoje vou me dissipar nas trevas, pois lá é o meu bem estar,
Pensando em ti, mais que em deus, nos bosques nocturnos vou uivar,
Vou invocar os demónios meus e teus, a volta do fogo vamos dançar,
Agonizado-me lembrar o olhar dos olhos teus, a danação da minha alma vou festejar!

No meio das árvores e musgos quentes o meu corpo cansado vou guardar,
E vou voar ao mundo dos sóis poentes, as dores que me fizeste, vou lá curar.
Oh minha alma doida e ferida, nas trevas tu nasceste e entre trevas será o teu lugar.
Não vou contar a ti, quantos poemas foram teus, assim tu não me pediras parar...




















domingo, 5 de junho de 2011

Cerejeira do Amor


Na cerejeira, árvore do meu amor, a primavera vem desabrochar milhares de flores - paixões... Depois o vento leva-as na última valsa. Quando chegar o outono, também levará as folhas e vai observar, na  zombaria, a nudez do seu tronco preparando-se para hibernação na esperança que chegue a primavera...  

sábado, 28 de maio de 2011


Eu sou uma praça onde o tempo passa,
Uma praça que suporta e vê cada imagem e sombra
Do ser humano que me trespassa,
Há quem me passa descalço e há quem sapateando me desfaça...

Quero ser uma praça cega, muda e surda que não sente nada e não disfarça...
 

terça-feira, 24 de maio de 2011

O Sono de um Poeta



O amarelo do frio luar descai pela janela para cima da mesa. As lágrimas da vela secaram...  Penas gastas dentro dum tinteiro. Quadros na angústia do crepúsculo. Letras e palavras soltas. Livros em pó. Poemas sem fim abandonados. Folhas de papel vazias... Sonhos loucos e delirantes. Tudo disperso ao redor de um quarto...

O poeta está cansado... O poeta dorme...

domingo, 22 de maio de 2011

Molestia


Tudo me estorva neste mundo inquietante... Estou olhando ao meu redor e simplesmente não percebo como vim parar aqui, e o mais perturbante - para quê? O corpo está sempre pedindo algo: comida, prazer, descanso. Estou farto de o suportar... A alma não para com as tempestades e trovões, sendo uma fúria louca. As pessoas com quem valia a pena abrir um diálogo já partiram há séculos... O meu espírito anda à procura do destino, perscrutando para dentro do peito dos outros, na esperança de encontrar um assim, distinto...

O meu olhar penetrante lança-se com velocidade para o fundo de um abismo. Um passo para a frente e já está... É tão simples e fácil - o corpo morre... Passado um tempo apenas a terra se lembra de ti...

Mas o que é que adianta? Se entre os anjos não poderei estar e os demónios me fogem ...

sábado, 14 de maio de 2011

O Menino e o Céu



Ainda era inocente, um pequeno menino,
Já admirava a grandeza no tolde celestino,
As estrelas e lua eram tão grandes, parecia algo divino,
O menino observava o céu e o céu observava o menino.

Já tanto ano passou desde quando era menino,
Mas nada mudou debaixo do sol perante o celestino,
De tanto querer lograr o saber, exausto de procurar o destino,
O homem parou a olhar para o céu mas o céu observava o menino.

Uma coisa eu sei, e sempre assim será no azul celestino,
Nem que passem três séculos ou cem, ninguém saberá o destino!
E naquele lugar, onde o vento levanta o pó dos meus ossos no ar,
Estará um outro menino, à procura de algo...

Para o céu vai seu olhar levantar e o céu vai observar o menino...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Dedicado a Omar Khayyãm

 

Omar Khayyãm, Oh venerável!
Eu oiço teu eco dos passados,
Trás séculos, os teus pensamentos, estão a nós cercados.
Em pó caíram os impérios e nunca foram levantados,
        O grande pensador morreu, mas seus pensamentos estão herdados!

(Inspirado pela Maria Clara Maia, escritora e ilustradora) 

 


segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Terra Respirava




..... Já estávamos a ver uma espessa escuridão à nossa frente, quando subimos uma rua estreita, em paralelo, deixando para trás os pequenos hotéis rurais e tasquinhas. Aproveitando o último lampião da rua, um velho e formidável bosque, observava a nossa presença com quietude, envolvido na escuridão nocturna.

            Um morcego grande lustrou no ar, atingido pela luz do lampião e rapidamente mergulhou na escuridão do bosque. A fronteira da luz e da escuridão era tão drástica, que quando demos os primeiros passos no escuro, passamos a ter a sensação que estávamos numa outra dimensão, num outro tempo, num outro mundo... Os nossos pés já não sentiam o paralelo duro a gastar as botas, caminhávamos silenciosamente sobre a terra macia. Dava gosto! ... O meu amigo ligou a lanterna. Um raio de luz forte destinou-se pelo caminho à nossa frente, afastando as horrorizadas sombras que fugiam dele, por todo lado. Uma rajada de vento frio passou por mim e infiltrou-se no meio da floresta densa, fazendo as folhas das árvores efervescer ameaçadamente.

- Desliga a luz - disse-lhe eu - estás a perturbar a natureza que está a dormir. Tu tens de te adaptar a ela e não a ela adaptar-se a ti.

            Tivemos de reduzir os nossos passos, enquanto os olhos se habituavam ao escuro, até que por fim deu para perceber que na verdade podíamos ver muita coisa, embora na escuridão as coisas parecessem, totalmente diferentes da realidade. O ar estava muito puro e fresco. A floresta exalava ligeiramente a folha caída e a humidade. Um silêncio mortal estava omnipresente. Parecia que o bosque estava a examinar os seus visitantes. Gigantescos monstros inclinavam-se na nossa direcção tentando-nos agarrar, mas à medida que nos aproximávamos, eles transformavam-se em poderosas árvores. Outros arbustos, mais pequenos, eram os fantasmas que de repente vinham do nada e desapareciam da mesma forma. A inclinação da subida que parecia não ter fim, tornava-se cada vez mais forte, travando o nosso passo, como se houvesse alguém que quisesse que ficássemos nesse reino das sombras para sempre... O meu amigo, abafado e já farto de sentir as emoções, perguntou-me se faltava muito para chegarmos ao nosso destino. Pois quanto, ao destino – nem tínhamos passado a metade do percurso planeado, mas eu acalmei-o, dizendo-lhe que em breve teria um descanso e uma surpresa muito agradável. Ele como a maioria dos humanos não tinha a experiência de caminhar nos bosques, pois sentia-se bastante desorientado e sem saber onde ir, o que era normal e bastante evidente.  

            Finalmente os nossos olhares ficaram espantados pelo luar, que provinha do fundo do nosso estreito caminho, seria fácil imaginar um comboio prestes a sair do túnel. A sacrificial subida ficou para trás, chegamos a uma enorme clareira, toda rodeada de bosque denso, feita uma fortaleza. Eu mandei desviar-se do caminho habitual e caminhar um bocado entre as altas ervas bravas em direcção ao centro da clareira onde dormia um velho e alto carvalho, acariciado pelo luar. Paramos... Então qual será a tua surpresa prometida, exclamou o meu amigo ainda na tentativa de acalmar a sua dispneia. Primeiro tenta acalmar a tua respiração, disse-lhe e depois ouve e observa ao teu redor, não faças barulho e não te mexas sequer. O meu amigo pareceu obedecer ao meu conselho e ficou quieto. Assim, num silêncio mortal, passavam os minutos, ou talvez os segundos ou as horas, já não sei... O tempo parecia mágico! ... Até que em fim, um grito de coruja interrompeu a nossa calma. Ficamos atentos, como ansiosos espectadores num teatro à espera do espectáculo começar. A coruja gritou mais uma vez... A seguir, ouvimos mais uma, do outro lado do bosque. Depois outra e mais outra. O seu misterioso canto vinha de todo lado, de muito perto e das profundezas do bosque. E bastou um grilo começar a cantar, quando milhões dos seus congéneres já se empenhavam para o ajudar, fazendo o ar vibrar, com o seu coro. Os morcegos, aos milhares, dançavam em torno da lua, envolvidos pelo bliss da melodia natural. De vez em quando, o ouvido captava o zumbido dos besouros nocturnos, que viajavam sabe-se lá para onde. O inebriante cheiro da diversidade das ervas e flores provocava, permanecer no mesmo lugar até de manhã, sem se lembrar de nada. Um coelhinho salteou junto de nós e desapareceu pelo meio das ervas altas. O azul das estrelas parecia tocar nos nossos ombros. As estrelas, hoje, pareciam tão grandes como uma vez na minha infância... Eu virei a minha orelha em direcção ao solo para ouvir – a terra respirava! ...

            De longe, onde acabava o bosque, ouviu-se um barulho dos cães a ladrar. Se calhar, sentiram a minha presença... Eu chamei, pelo meu amigo que estava a olhar para o céu fixamente, hipnotizado pela melodia natural e divina. Vamos! Ainda temos muito que caminhar e muitas surpresas para ver! …..
               

***

Tu pensas que os meus versos são alegoria sem a verdade?
Pois, digo-te que não!
Os meus pensamentos são perversos,
E tudo que escrevo é pura realidade...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A Tempestade em Maio


 

De novo vieram os dias dos ventos quentes. Os dias de grandes alegrias e tristezas. Estou a caminhar pela amarela e fresca areia marinha, observando como as ondas geladas deslizam pelos meus pés, devolvendo-se ao mar. Quero levantar a cabeça e ver como as ondas do poderoso oceano desaparecem no horizonte, mas não consigo e tenho medo! ...

Tenho medo que a dor se torne ainda mais forte. Cada vez que olho para essas águas escuras, sem fim e horizonte, vejo os teus olhos: grandes e escuros, tal como essas águas. Quero afogar-me neles sabendo que tal é impossível, pois estás tão longe de mim! ... O vento primaveril sopra na minha cara, relembrando-me a ternura do teu cheiro e eu já não consigo olhar mais para baixo, junto todas as forças e olho para a longitude oceânica… Já não oiço a realidade, apenas o vento forte assobia nos meus ouvidos. O infinito dos teus olhos índigo está omnipresente. Com um olhar firme, observo esse infinito, recordando os escassos momentos que conseguimos viver. As nuvens no céu estão cada vez mais espessas, a sua cor antes cinzenta, transforma-se em negra. Um forte trovão estremece o oceano, rachando o céu com os relâmpagos de uma ponta a outra. A tua imagem dissipa-se no meio das ondas, que já se tornaram loucas. Eu estico o meu braço para tentar agarrar-te, mas compreendo que é impossível, caio ajoelhado em frente às ondas. Quero chamar por ti, mas já não tenho força. Forte aguaceiro lava as lágrimas, que escorrem pela minha cara fria e sem expressão. Dizem que os homens não choram! ... Então, porque choro eu?



As minhas mãos estão tão cansadas escrever do Amor...


terça-feira, 26 de abril de 2011

Mystery poem



No caminho que mil vezes passei - hoje estou perdido,
Por mais fortalezas que construa, frente a minha alma estou desprotegido,
Milhares de vezes, caminhando, caí e me levantei,
Mas nas garras da alma o espírito não tem resistido...

E por mais altos céus que visite não deixarei de me sentir "caído",
A escuridão na alma aos demónios mostrei,
E todos como um disseram - estou surpreendido!
À frente do meu anjo me ajoelhei, mas a resposta foi um silêncio ouvido...

E tenho medo que depois da morte não me morra e seguirei a mourejar perdido... 



sexta-feira, 22 de abril de 2011

M. Estranho-me...




Estranho-me sonhar do impossível,
Estranho-me querer ler aquilo que não é legível,
Estranho-me voltar quando já é irrevogável,
Estranho-me continuar a viver quando a morte para mim é aceitável,

Estranho-me saber amar, quando ser amado pouco é provável,
Estranho-me julgar, que dar, sem receber em troca é amável,
Estranho-me poder gostar, daquele, que tu achas miserável,
Estranho-me não odiar, quando parece o ódio inevitável,

Estranho-me acreditar no ser humano como ser afável,
Estranho-me a respeitar o bem e o mal sabendo que nenhum nem outro é fiável,
Estranho-me ter a vontade de ensinar compreendendo que o próprio saber é lamentável,
Estranho-me da minha impotência em mudar na sequência do mundo implacável...

Estranho e admiro o teu poder de me  inspirar...


terça-feira, 5 de abril de 2011

Caminhada com Anjo


Olá. Hoje quero convidar-te para uma breve caminhada pelo centro da cidade de Braga. Não vamos conversar absolutamente de nada, apenas caminhar. Não vale a pena preocupares-te com as dúvidas e perguntas que surgem agora na tua cabeça, rapidamente vais perceber o porquê das coisas.

Cinco de Abril. As horas impiedosamente atingem as oito da tarde. Nós, envolvidos na companhia do vento quente, aproximamo-nos da Arcada, trespassando com os nossos olhares o lago do chafariz que está desligado e onde o vento desenha as engraçadas figuras nas suas águas. Deixando o chafariz atrás, seguimos a Avenida Central a passo lento, apreciando na longitude a beleza das igrejas do Bom Jesus e Sameiro mergulhadas no mato selvagem. A ternura crepuscular já abraça a cidade, mas o céu ainda continua azul sem mostrar as estrelas. Eu levanto a cabeça e demoradamente observo o ousado silêncio da lua nova que se apressou a ocupar o seu lugar pelas alturas celestiais, ouvindo o monólogo do sol que desliza para baixo das montanhas que rodeiam Braga. Tu, na curiosidade, fazes o mesmo.

 A deliciosa calma que a cidade tinha foi esquecida no percurso do nosso caminho. Toda a agitação e o barulho agora concentram-se nas estradas e nos passeios que fazem atalhos. A multidão precipita-se para acabar com este dia, maravilhoso e sólido, que não quer ir embora. Hoje tu e eu temos sorte. Essa calma toda é apenas para nós... Tu sentes a respiração da grama verde ao nosso redor, apetece-te deitar nela, mas continuas a seguir-me. Estamos invocados pelo pequeno parque das árvores que nos espera a escassos metros à frente.

Encostamos as nossas costas no musgo duma enorme e grossa árvore. O musgo é muito fofo e tu sentes as tuas costas quentes e protegidas. Observas tudo o que se passa à tua volta. Uma imponente sensação de paz ocupa cada lugar da tua alma infinita. O vento, hoje muito contente e malandrote, exibe-nos o seu poder, voando a grande velocidade em várias direcções a busca de cheiros para a nossa apreciação. Dá a sensação que estamos numa casa de vinhos a experimentar as diferentes marcas de sabor divino. O vento incansavelmente empresta-nos novos e novos sabores que o mês Abril em pouco tempo tinha vindimado. Cheiro de rosas, arbustos a florescer, as tílias, as ervas... De vez em quando incomoda os nossos narizes do cheiro do fumo dos carros, como quem diz, "isto também vos pertence..."
Eu viro a minha cabeça na tua direcção, obrigando-te a cruzar o teu olhar com o meu. Pouco a pouco tu afundas-te no abismo dos meus olhos castanhos. Mais... e mais... e mais... até que acabas por fechar os teus. Tudo o que se passa à volta pára de existir. A última imagem captada pelos teus olhos arruína-se em vão e começa o infinito. Sensação de voo e euforia pura... E nada mais importa....

Quando abres os teus olhos, eu já não estou contigo, o vento levou-me. E cada vez que te fartares de viver eu estarei contigo a demonstrar como a vida é bela e acompanhar até o caminho certo.

Abraço-te e até a próxima....

sábado, 2 de abril de 2011

Pensando a rimar






Eu nunca fui um anjo...
E nem se quer o podia ser.
Mas ao contrario de muitos outros
Nunca fingi um anjo ser,
                  E só por isso o poderia ser.

Tolos são aqueles
Que anjos querem parecer!
Apenas ganham a batalha
Mas a guerra não irão vencer...

Os anjos são colegial divino,
O ser humano é apenas - ser,
Não te esqueças disto e não sejas um cretino,
E um dia a humanidade parva vai achar
                             Que foste um grande ser...





sábado, 26 de março de 2011

Falando de amor...




Falando de amor somos todos poetas,
Bracarenses ou lisboetas, todos poetas,
Da alegria e da dor as nossas almas são repletas,
E falando de amor as palavras formaram as letras!

E quantas foram ditas com pudor,
Palavras, amo-te, tu és  o meu amor.
E quantas ficam sem resposta?
E a seguir o que vem? A dor...
 
Numa conversa dessas, com amigo meu,
Eu disse-lhe - o  tempo vai curar a dor no corpo teu,
Se calhar mil anos chegam - ele respondeu,
Mas que me servem os setenta, os máximos dos mais que tenho eu?

                                                                  Dedicado à um dos amigos da alma...












Pensamento

A vida por vezes castiga... Pagamos os erros que cometemos? Até mesmo quando a razão for nossa, isso não quer dizer que os outros fiquem convencidos do mesmo... Mas o que é vida a final? Mesmo que tudo esteja perfeito, os problemas aparecem do nada. A linha branca nunca continua eternamente... Dilema? Não...

Levo a vida no meu rumo o máximo possível! Mas fazer como eu quero provoca imensos obstáculos para ultrapassar, e não há certeza se serei capaz... Mas tenho a certeza de que continuarei a seguir o meu caminho, seja  o que for que acontecer... Aventureirismo? Talvez... Mas apenas assim eu consigo sentir-me vivo, apenas assim não adormeço. O vento frio na cara e o sabor do próprio sangue perdido é que me fazem viver... E não tenho pena de sofrer por algo que fiz ou farei ainda, nem nunca terei.

Mas tenho pena quando os entes queridos por mim sofrem das minhas consequências....

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dor




Inesperadamente veio a dor,
Cercado pelas sombras do meu espírito em redor.
Entrelaçamos os olhares loucos num combate com esplendor,
O meu espírito é imbatível mas o mesmo tem a minha dor... 


domingo, 27 de fevereiro de 2011

Cada noite à tua espera, cara Nix...




Entre as sombras do horizonte o pôr do sol estendeu a ponte...
Pisando graciosamente, chegas tu, amiga, rainha das estrelas,
Perfeita, eternamente linda, vestida do manto das trevas,
Pintora louca genial, os meus sonhos são as tuas telas.

Afunda-me no sono da tua escuridão abraço forte.
Tu hoje vais pintar, preparas tinta e pões tela no suporte.
Eu vou sonhar a tua obra, atordoado pela doçura dos néctares
De eu pedir e tu realizares, de eu duvidar e tu provares!

Nos meus sonhos,qualquer desejo meu tu podes alcançar,
Mas entristece-me apenas um dilema - porque a noite tem de acabar?
Impiedosa madrugada as nossas obras vai queimar.
Terei de acordar, mas sei! Com o pôr do sol, a Deusa da Noite vai voltar...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Nos mortuários do Douro




Eu via, a chuva molhava o rio.
Tão doce nos lábios o ósculo do vento vadio.
Oh lindo, magico Douro nunca te conhecia!
Aquele dia a minha alma nas tuas águas adormecia,
                                                        Nada sentia...











segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Nos versos vive meu alivio


Eu ponho nos versos pensamentos diversos,
O gérmen que cresce da lama

Transformo em palavras no papel extensas!
Lindas... Profundas... Tristes... Intensas...

Tu lês. Demoradamente pensas.
Por vezes deixas-te levar, viajas, à procura do proveito
Pelos caminhos do meu universo imperfeito.
Por trás dos elogios resumes - não tem jeito.

Perguntas-me, então, porque escrevo?
Apenas para ti, ocultamente, responder me atrevo.
No meu interior há um demónio que levo,
É ele que pede que escreva...

Nos meus vales ele localmente dança,
Gerando fúrias do fogo suprime minha esperança,
Mata minha alma, queima, e cinzas pelo vento lança,
Seguindo ressuscita-me de novo e com destruição avança.

Nos versos vive meu alivio.
Ouvindo-os, demónio obtém a calma.
Quando escrevo, florescem cerejeiras nos jardins.
Riachos vão verdejar os vales decorando a alma...


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Dialogo

- Stanislav Nosov 28/1 às 23:57 
A partir de 2007 não escreveu mais porque?


- Miguel Gusmão 29/1 às 0:35 
"desencontros", tempo interior menos propício ao plamar do verbo na página em branco, alguma preguiça, e falta de musa... tudo desculpas que poderia invocar, mas que são sempre... desculpas.
Um abraço


- Stanislav Nosov 29/1 às 11:47 
Eu diria que as circunstancias aviam de ter peso para um poeta escrever... A rotina quotidiana é demasiado insignificante para uma personalidade que escreva as palavras "Vida, Amor, Natureza" com a letra maiúscula. Obrigatoriamente tem de ser pisado e esmagado pela negligencia humana, sufocado e insultado num beco sem saída onde a sua mente começara a produzir perguntas sem obter resposta, até que em fim a sua alma dará um grito e a mão começara a por as letras no papel sem saber porque o fará, mas por fim encontrara alivio... 
Eu exijo que escreve!
Abraço do norte... 


- Miguel Gusmão 30/1 às 13:33  
Entendeu na perfeição.
Vou conjurar as musas e ver se consigo que arrebatam o meu espírito para poder voltar a tecer com palavras a urdidura dos meus sentires.
Abraço do Sul

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

M. Ano 2011 Poema






                     *****

Na alma cinzenta e sem horizonte, 
Plena de nuvens da ponta a ponta,
Lá onde as chuvas festejam tristeza,
Chora meu eu oculto na profundeza,

Como parar tempestade eterna?
A vida sem ti é um pé no inferno.
A tua presença ilumina-me alma,
Manda chuva embora e devolve a calma.

Folheio momentos das alegrias contigo,
Lembro lindos passeios, teus olhos índigo,
Lembro a noite, quando no meu peito dormias, 
Lembro cabelos hermosos, lembro como sorrias.

Paro pensar, e o sol vai embora.
Dança a chuva com o trovão
Na escuridão perturbadora.
Minha alma chora, quando tu vais embora... 

Vagueio cansado procurando alivio
Nas vozes do fado, poemas, idìlio.
A porta da alma espero a tua,
Tu és minha ponte da terra a lua...

                                  P.S. - Amo-te....

Stanislav Nosov 




domingo, 9 de janeiro de 2011

Que te diz o vento que passa?




Eu falo com vento, falo com água, falo com terra, árvores, o fogo, as ervas e eles dizem-me, dizem-me muito mais que os humanos...