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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Cada noite à tua espera, cara Nix...




Entre as sombras do horizonte o pôr do sol estendeu a ponte...
Pisando graciosamente, chegas tu, amiga, rainha das estrelas,
Perfeita, eternamente linda, vestida do manto das trevas,
Pintora louca genial, os meus sonhos são as tuas telas.

Afunda-me no sono da tua escuridão abraço forte.
Tu hoje vais pintar, preparas tinta e pões tela no suporte.
Eu vou sonhar a tua obra, atordoado pela doçura dos néctares
De eu pedir e tu realizares, de eu duvidar e tu provares!

Nos meus sonhos,qualquer desejo meu tu podes alcançar,
Mas entristece-me apenas um dilema - porque a noite tem de acabar?
Impiedosa madrugada as nossas obras vai queimar.
Terei de acordar, mas sei! Com o pôr do sol, a Deusa da Noite vai voltar...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Nos mortuários do Douro




Eu via, a chuva molhava o rio.
Tão doce nos lábios o ósculo do vento vadio.
Oh lindo, magico Douro nunca te conhecia!
Aquele dia a minha alma nas tuas águas adormecia,
                                                        Nada sentia...











segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Nos versos vive meu alivio


Eu ponho nos versos pensamentos diversos,
O gérmen que cresce da lama

Transformo em palavras no papel extensas!
Lindas... Profundas... Tristes... Intensas...

Tu lês. Demoradamente pensas.
Por vezes deixas-te levar, viajas, à procura do proveito
Pelos caminhos do meu universo imperfeito.
Por trás dos elogios resumes - não tem jeito.

Perguntas-me, então, porque escrevo?
Apenas para ti, ocultamente, responder me atrevo.
No meu interior há um demónio que levo,
É ele que pede que escreva...

Nos meus vales ele localmente dança,
Gerando fúrias do fogo suprime minha esperança,
Mata minha alma, queima, e cinzas pelo vento lança,
Seguindo ressuscita-me de novo e com destruição avança.

Nos versos vive meu alivio.
Ouvindo-os, demónio obtém a calma.
Quando escrevo, florescem cerejeiras nos jardins.
Riachos vão verdejar os vales decorando a alma...