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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Temperança




Eles andam a minha volta silenciosos. Ninguém os vê, transparentes, camuflados, perigosos. Sabem quem sou e sorriem-me. Passam por mim a piscar os olhos negros, como quem diz, a mostrar, tu também sabes quem nós somos. Sabem os sacanas que não fico cego nas trevas. Sabem que não temo. Querem que volte com eles para o fundo. Sabem o mesmo que eu sei, sentem o mesmo que eu sinto. Predadores da raiz do seu ser, muito, muito pacientes, quase sem fim. Não dizem nada, apenas vagueiam a volta. As vezes não estão a vista, mas sempre presentes… Como tubarões no mar nocturno. Somente reparas neles quando já é tarde demais. Não dizem nada, apenas observam e sorriem. Sabem que cada raio de luz imanente do meu corpo consome. Sabem que não vai haver recuperação. Estão a espera que o meu corpo acabe para me levar de volta. Não querem o meu fim, querem mais um como eu no meio do aglomerado das sombras. Querem união e poder… 


Não aguento mais… Temperança… Temperança… Temperança… Todo poderoso Deus salva-me por favor!!!

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