De novo vieram os dias dos ventos quentes. Os dias de grandes alegrias e tristezas. Estou a caminhar pela amarela e fresca areia marinha, observando como as ondas geladas deslizam pelos meus pés, devolvendo-se ao mar. Quero levantar a cabeça e ver como as ondas do poderoso oceano desaparecem no horizonte, mas não consigo e tenho medo! ...
Tenho medo que a dor se torne ainda mais forte. Cada vez que olho para essas águas escuras, sem fim e horizonte, vejo os teus olhos: grandes e escuros, tal como essas águas. Quero afogar-me neles sabendo que tal é impossível, pois estás tão longe de mim! ... O vento primaveril sopra na minha cara, relembrando-me a ternura do teu cheiro e eu já não consigo olhar mais para baixo, junto todas as forças e olho para a longitude oceânica… Já não oiço a realidade, apenas o vento forte assobia nos meus ouvidos. O infinito dos teus olhos índigo está omnipresente. Com um olhar firme, observo esse infinito, recordando os escassos momentos que conseguimos viver. As nuvens no céu estão cada vez mais espessas, a sua cor antes cinzenta, transforma-se em negra. Um forte trovão estremece o oceano, rachando o céu com os relâmpagos de uma ponta a outra. A tua imagem dissipa-se no meio das ondas, que já se tornaram loucas. Eu estico o meu braço para tentar agarrar-te, mas compreendo que é impossível, caio ajoelhado em frente às ondas. Quero chamar por ti, mas já não tenho força. Forte aguaceiro lava as lágrimas, que escorrem pela minha cara fria e sem expressão. Dizem que os homens não choram! ... Então, porque choro eu?
As minhas mãos estão tão cansadas escrever do Amor...
Olá Stass!
ResponderEliminarGostaria só de te dizer que consegues de uma forma muito bonita e harmoniosa transmitir e comunicar, os teus sentimentos e emoções, o que é algo raro... Geralmente o Ser Humano tem tendência para os esconder, camuflar e não os exprimir e quando tenta fazê-lo, faz-lo da pior forma e confunde os Outros, gerando conflitos e confusões...
Parabéns, pela descrição.
Beijo.
Paula Costa